A jornada da apaixonada

 

Desde 2020 pesquiso o amor romântico enquanto experiência cultural induzida e socializada especialmente para o gênero feminino.

Primeiramente criei “Meu coração está cheio”, uma resposta à indagação de um amigo casado sobre meu estado de ânimo vivendo sozinha durante a pandemia de Covid-19. Com a idéia de solidão implícita nesse questionamento, passei a fotografar meu dia a dia como se estivesse sendo observada por um parceiro imaginário e a buscar símbolos dos distintos ciclos da experiência amorosa no meu espaço doméstico.

Frases com conselhos no campo amoroso – comumente encontradas em revistas femininas – e vestígios de experiências românticas foram adicionados a esse corpo de trabalho para criar o fotolivro “Trilogia do amor” (não publicado).

Mais recentemente, passei a explorar fotos de arquivo feitas por ex-namorados. Em “Com só um pouco de sorte, você nunca mais vai se apaixonar”, busquei fotos de arquivo feitas por ex-namorados, selecionei as imagens nos quais miro diretamente o fotógrafo/amante e fiz um corte justo ao redor da minha face. As imagens representam o período em que o amor romântico desempenhou um papel central na minha vida e o olhar da pessoa amada de alguma forma definia minha identidade.